No meio de lá das prosas e cantorias de Mestre Zuza; no meio de lá das broas de milho, cafezim e polvilho assado de Sinhá Dona Zica, levanta miudinha uma voz,. Voz miúda, de propriedade de miúdo corpo, encurvado um tiquim só, enrugado um tantim assim... Mas de olhos vivos e alegre estampar. Linda! Linda Caetana. Surgiu foi assim, "nuderrepente", poesia falada, declamada, aclamada em estouro de palmas... poesia.
Poético momento Roseano e de Barros Manoel, nos brindou essa senhora que agora, em corpo de sua poesia, faz parte de nosso serTÃO. Assim... ói só pr'cê vê:
POESIA DA VOVÓ
VOVÓ TAMBÉM É VELHA / FRANZIDINHA COMO O QUE
PASSA O DIA LÁ NA REDE / ENTRETIDA NO CROCHÊ
ÀS VEZES FICA ZANGADA / COM O BARULHO QUE FAÇO
PEGA NO CHINELO / EU RI E ELA RI
E LOGO VEM UM ABRAÇO
UM DIA VIROU A CASA / PARA SEU ÓCULOS ACHAR
REMEXEU CANTO POR CANTO / QUERIA ME CULPAR
BEM QUE EU SABIA DE TUDO / MAS TUDO ISSO ERA UMA FESTA
POIS VOVÓ TRAZIA O ÓCULOS / PRESO NO ALTO DA TESTA
"Ah... essa poesia quem me contava era pai. Ele sentava com a gente na sala, em hora de dormir, e contava... Contava causos, poesias, histórias. Essa era a que eu mais gostava." - Linda Caetano, uma bela senhorinha que encontramos em nossas poeiras estradas lá de SESC Itaquera.